Em 2020, fomos testemunhas de um ano de disrupção. A pandemia causada pelo coronavírus gerou impactos profundos em toda a humanidade e seus mecanismos de convivência coletiva. Na economia mundial não foi diferente: alguns setores saíram na frente e trouxeram novas perspectivas de consumo e produção. Em contrapartida, toda essa crise mostrou que diversos setores industriais precisam de inovação e alteração no processo como um todo, para que consigam se reestabelecer e prosperar.

Algumas mudanças após a instauração do caos mundial foram instantâneas: home office, distanciamento social, máscara, alta demanda em alguns setores industriais, baixa vigorosa em outros, etc.

De maneira mais explícita, houve um aumento enorme em produtos consumíveis hospitalares, equipamentos de proteção individual e insumos de limpeza (o tão falado álcool em gel 70%). Por outro lado, indústrias como a automobilística sofreram queda abrupta em vendas e faturamento; não passa muito pela cabeça do consumidor trocar seu carro em meio a uma crise sanitária mundial.

Toda essa alteração sistêmica trouxe mudanças no comportamento dos consumidores. Embora a sociedade atual já viva um cotidiano altamente dinâmico e mutável, há ainda pontos engessados que precisam de revisão imediata. Conforto, sustentabilidade, segurança e higiene são alguns dos pontos que ganharam notoriedade.

Seguindo essa linha, a tecnologia continua sendo a força motriz de desenvolvimento industrial, principalmente nesse momento. Nesse ponto, vale destacar que diversas inovações tiveram que ser paralisadas e precisaram de revisão, mesmo que forçada.

Inovações da indústria para 2021

É sabido que a sociedade atual vive um momento de transformação digital. Os consumidores tem seu comportamento influenciado por necessidades emergentes – cada vez mais emergentes. A maneira mais simples de explicar criação de necessidades é o caso Apple: ninguém sabia o que era um iPod, iTouch, iMac ou iPhone, mas a empresa da maçã conseguiu criar a necessidade de o consumidor ter aquele produto.

Essa instantaneidade intensificou-se durante a pandemia atualmente vivida.

Mas então, quais serão as tendências e inovações da indústria para 2021? Confira algumas das tendências que estarão cada vez mais presentes.

Mais Sustentabilidade

Impactos ambientais causados por operações industriais não é um assunto novo. Porém, a causa tem determinado decisões de consumo, ou seja, há uma conscientização maior por parte do consumidor em optar por empresas preocupadas com a sustentabilidade.

Implantar soluções ecologicamente corretas através da inovação verde tem como objetivo equilibrar o crescimento econômico e preservação à natureza. No Brasil, diversas indústrias colocam em evidência essa preocupação em seu portfólio. Outras empresas, nem tanto. Porém, esse consenso entre sustentabilidade e desenvolvimento é fundamental.

Otimização em Logística

Fique em casa. Talvez essa seja uma das frases mais faladas na atual crise sanitária mundial. Pessoas em casa precisam comprar produtos e serviços on-line, e essa migração gerou uma alta na demanda por serviços logísticos, afinal, os clientes passaram a comprar mais virtualmente.

Através da análise de dados Big Data, entende-se melhor gestão de estoque, ciclo de produtos rentáveis, produtos com baixa saída e pouca lucratividade. Para as indústrias, a inteligência artificial é fundamental como elemento de otimização de demanda e produção assertiva.

Juntamente às fábricas, os centros de distribuição tiveram que ampliar vigorosamente suas operações e se reinventar em meio ao caos. Novas tecnologias de integração e rastreabilidade vem sendo constantemente implantadas, pois aumentam a precisão no tempo de entrega, monitoramento de despacho e recebimento de mercadorias.

Indústria 4.0 e 5.0

Mesmo antes da pandemia, o fenômeno da Indústria 4.0 já era uma realidade e a sociedade convive com os projetos, tendências e abordagens da tecnologia. Essas inovações possibilitaram que máquinas inteligentes assumissem diversos postos em plantas produtivas, através de integração completa com todo sistema produtivo em questão. De fato, é digno de aplausos.

Porém, a pandemia trouxe à tona uma realidade inesperada. A tecnologia da Indústria 4.0 é magnífica, mas não resolve tudo sozinha. O horizonte de um ambiente colaborativo foi aberto, algo como um protótipo da Indústria 5.0, focado na personalização e experiência de consumo. Essas prerrogativas não se resolvem somente com robôs; é necessário que a mão de obra “alimente” essa tecnologia para que haja desenvolvimento.

Cibersegurança

Em um momento de consolidação da Indústria 4.0, a segurança cibernética (cibersegurança) tornou-se uma preocupação real para as pessoas e, principalmente, para as empresas. Não é a toa: com frequência são noticiados casos de ataques hackers, roubo de arquivos virtuais, vazamento de informações confidenciais, divulgação de segredos industriais, entre outros.

Por isso, a cibersegurança tornou-se ponto fundamental na segurança de uma indústria. Afinal, os empresários querem que os dados e processos da fábrica sejam protegidos.

Investir em um sistema de segurança cibernética já é uma realidade no processo de automação industrial, principalmente porque a empresa não necessita de dedicar um funcionário para o monitoramento dos procedimentos de segurança. É uma tendência que promete mais crescimento para 2021.

Internet das Coisas (IoT) e a chegada do 5G

O IoT refere-se a uma revolução tecnológica cujo objetivo é conectar todos os itens usados em ambientes industriais, domésticos e comerciais à rede mundial de computadores. Seja uma geladeira, uma maçaneta, uma caldeira industrial, um meio de transporte; a ideia é que tudo seja conectado à internet e dispositivos de integração, como os smartphones.

Toda essa conectividade trocando um alto volume de informações precisa de velocidade. A chegada do 5G permite que mais equipamentos sejam conectados e a interação entre eles seja feita em maior velocidade.

Na indústria, o cenário é o mesmo: mais equipamentos coletores de informações interagem e compartilham dados a todo momento. Para esse ambiente, essa relação entre homem e máquina traz uma nova dinâmica, afinal, muitas operações podem ser realizadas a distância – ajustes de produção, resolução de problemas, planejamento, gestão de estoque – em uma velocidade jamais vista

Inteligência Artificial (IA)

A inteligência artificial é o ponto chave para que uma indústria se torne mais automatizada, produtiva e integrada. Basicamente, as máquinas coletam e analisam todas as informações – conhecido como machine learning –, através de algoritmos de inteligência artificial.

A coleta dessas informações traz otimizações constantes no processo produtivo como um todo:

  • Ajustes rápidos e precisos durante a produção
  • Redução dos ciclos de produção
  • Incidência menor de erros
  • Redução de custos
  • Maior qualidade dos produtos
  • Análise Big Data

Em posse de um smartphone em mãos, cada pessoa gera um volume de dados e informações compartilhadas imenso. Para elucidar, um número: o Twitter gera cerca de 12 terabytes de tuítes por dia, um volume de conteúdo indiscutivelmente alto, e justamente por isso a análise Big Data é tão importante no tratamento de dados.

Big Data é um termo que caracteriza o tratamento de grandes volumes de informações e tem aplicação direta na Indústria 4.0, através do uso de diversos sensores que coletam informações em tempo real de todo processo produtivo. Esses equipamentos fazem um rastreamento completo desde o fornecedor de matéria prima até a entrega do produto ao consumidor final. Código de produto, temperatura de operação de uma máquina, momento ideal de se realizar uma manutenção, quantidade do lote, entre outras informações.

Para 2021, há grandes desafios para a retomada da economia. Obviamente, todas essas projeções não acontecem de um ano para outro, alterando todo o cenário abruptamente. Porém, essas tendências já são uma realidade e prometem estar cada vez mais presentes no ambiente industrial. Através de operações inteligentes, muitos processos serão reconstruídos, e os riscos e custos devem ser diminuídos.

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