O setor industrial sempre foi terreno de domínio exclusivo dos homens em posições de liderança e é neste cenário que a representatividade feminina está em ascensão. Com a rápida mudança na economia favorecendo a crescente concorrência, tecnologia da informação e automação, o mercado exige mudanças para o desenvolvimento da economia aliado a habilidades de gerenciar pessoas. E são as mulheres em ação no setor industrial, que colaboram com habilidades para fornecer essa contribuição vital para os negócios.

Atualmente, mais de 200 milhões de mulheres no mundo fazem parte da mão de obra da indústria contribuindo de forma significativa para o progresso socioeconômico. Conhecidas como pioneiras em criar soluções e mudanças no gerenciamento e desenvolvimento de capital humano, as mulheres desempenham um papel importante nas organizações ao se responsabilizarem pela diversidade e inclusão nas empresas.

Mas para avançar em cargos de tomada de decisão no setor industrial, mercado ainda visto como estritamente masculino, a economia ainda precisa fornecer kow how e acesso a tecnologias e crédito. No entanto, elas estão desmistificando a crença de que a presença feminina é forte apenas nos departamentos de Recursos Humanos, Marketing e Comunicação, e abrindo espaço no empreendedorismo como fundadoras e CEOs de organizações com foco em negócios no setor industrial.

Se empreender é um processo criativo que impulsiona a economia através de produtos e serviços para atender as novas gerações de clientes cada vez mais exigentes em mercados com constantes oscilações, por vezes, essa mudança na cultura corporativa precisa ser impulsionada de forma solitária e com muita coragem.

Esse foi o caso da Mônica Gonçalves, fundadora da Siena Vedações Industriais. Começou a empreender como revendedora numa pequena sala alugada e hoje assume a liderança num galpão onde fabrica juntas e vedações para as indústrias. Ela encarou o desafio de gerir uma equipe de vendedores, engenheiros, linha de produção, fornecedores e compradores com estratégia e agilidade no processo. “Os clientes abriram as portas pra mim. Teve multinacional que se cadastrou assim que comecei, algo inimaginável porque é um processo que poderia demorar anos para conseguir”, revelou.

Mônica Gonçalves é uma das mulheres no Brasil que está disposta a entrar na quarta revolução industrial quando abriu a empresa há 3 anos depois de 30 anos de experiência no setor. “O mercado é 100% masculino, mas como estou há 30 anos no setor, tenho um nome profissionalmente respeitado e hoje a Siena Vedações Industriais é referência para clientes em situações críticas e de emergência”, finalizou.

Mas à medida que a representatividade feminina aumenta, surgem também novos desafios nos negócios e ela ou elas estão dispostas a enfrentá-los. Mais escolarizadas e atuantes no setor de serviços, já representam 47% das empreendedoras no Brasil, segundo levantamento mundial da Global Etrepreneurship Monitor. Com espírito empreendedor, Mônica está dentro desta estatística e pretende impactar o mercado industrial com metas ousadas e perspectivas de ampliar seus negócios no setor de juntas e vedações em 2020.