O sistema elétrico do Brasil tem sofrido pressão pelo regime de baixas nas chuvas há, pelo menos, três décadas. A conta de luz está relacionada a subsídios criados ao longo do tempo, aliada aos tributos, impostos e, claro, à matriz energética com usinas à base de óleo combustível e óleo diesel, além das hidrelétricas, em uma ordem contrária ao cenário hidrológico brasileiro.
O Comitê de Acompanhamento do Setor Elétrico (CMSE), liderado pelo ministro de Minas e Energia, pretende melhorar as condições de operação das hidrelétricas. Nesse sentido, a flexibilização das restrições para barragens nas bacias dos rios São Francisco e Paraná, o aumento da geração térmica com garantia de abastecimento de combustíveis e a importação de energia da Argentina e do Uruguai, foram algumas das iniciativas do governo brasileiro.
Mas o ponto central é a diversificação da matriz energética brasileira. O governo aumentou as taxas e medidas são necessárias para garantir o abastecimento de energia no Brasil. Desse modo, a geração de energia via termelétrica se tornou uma necessidade nacional.
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Qual é o caminho da energia elétrica nacional?
Para entender melhor o cenário energético brasileiro, é preciso compreender um pouco sobre a história do planejamento da nossa matriz energética entre as décadas de 40 a 80. O investimento em usinas hidrelétricas, eólicas e solares, que corresponde a fontes de estoque dessas usinas, foi caindo pela ausência de chuvas nos últimos 15 anos.
Ainda, a mudança de clima associada a um regime de chuvas inconsistente diminuiu a cobertura à recomposição dos reservatórios, portanto, tornou-se uma ameaça à segurança energética. Além disso, as termelétricas à base de combustíveis fósseis com altos custos repassam essa conta ao consumidor, embora o sistema elétrico ainda esteja em situação de deficiência.
As usinas hidrelétricas ainda seriam a solução? Ao se considerar um estoque mais barato de energia, as grandes hidrelétricas são necessárias, mas já foram construídas. A região amazônica, que seria o espaço para a criação de mais projetos de usinas, não absorve mais esses projetos pelas questões ambientais envolvidas.
Portanto, a solução é caminhar para a implantação de novas usinas movidas a gás ou carvão mineral.
Energia a partir do gás natural
Depois do apagão ocorrido em 2001, a segurança energética do país se transformou em tema emergencial. Nesse sentido, países em desenvolvimento, como o Brasil, já respondem por 50% do consumo de energia mundial, e até 2035 esse cenário deve mudar.
Hoje, algumas grandes empresas estão desenvolvendo soluções para ampliar o fornecimento de energia com a criação de projetos para operação de novas termelétricas.
A capacidade energética brasileira tem avançado, em média, de 4,2% ao ano, estando bem próxima do consumo. As hidrelétricas respondem por 85,3 GW e, até 2025, a previsão é chegar a 195,1 GW.
Aqui, a ideia é aproveitar o potencial hidrelétrico brasileiro em um plano de uso das bacias com e sem intervenção em terras indígenas, além de pequenas centrais hidrelétricas nacionais.
Mesmo assim, a questão da segurança energética passa pelas termelétricas e a necessidade na diversidade de fontes de energia é uma realidade no Brasil.
Portanto, para lidar com todos os agentes ambientais envolvidos e ainda oferecer uma solução de geração de energia, a empresa EDF Fluminense fechou contrato, em 2020, com a Arke Energia, para operar e realizar a manutenção da usina termelétrica Marlim Azul pelos próximos dez anos, em Macaé (RJ).
A maior novidade da termelétrica Marlim Azul é que será a primeira a usar gás como fonte geradora de energia a partir do pré-sal brasileiro. A previsão é que a termelétrica tenha capacidade para gerar 565 megawatts (MW) de energia.
A Arke Energia é uma joint venture, que está desenvolvendo o projeto de energia a gás natural Marlim Azul. Composta pela Pátria Investimentos, detentora de metade do capital, o Grupo Shell e a Mitsubishi Power, esta última fabricante das turbinas a gás.
A intenção é que a UTE Marlim Azul, que entrará em operação no final de 2022, crie preços mais competitivos ao utilizar gás natural. Desde junho do ano passado, as empresas formam o conglomerado que ocupa o canteiro de obras em Macaé.
Próximo ao Terminal de Cabiúnas, que recebe o gás natural do pré-sal da Bacia de Campos, o projeto prevê a geração de eletricidade para abastecer milhões de residências pelo país.
Por fim, o projeto, financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), previu investimento de R$ 2 bilhões e incluiu contrato de serviço pelos próximos 25 anos. A conclusão da obra está prevista para 2023.
Parque termelétrico: solução energética para parte do Sudeste
Outro grande conglomerado empresarial que deve melhorar a segurança energética do país e garantir uma conta mais baixa no final do mês é a construção do parque termelétrico GNA.
O composto das duas termelétricas (UTE GNA I e II) em construção no Porto Açu, setorizado no mercado de óleo e gás, incluirá serviços de operação e manutenção às termelétricas pela Siemens e importará o gás natural para abastecer as usinas.
Ainda, a geração de energia deverá abastecer o consumo residencial de 14 milhões de brasileiros residentes nos estados da região Sudeste: Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.
Nesse sentido, a GNA, assim como a Marlim Azul, contribuirá com a segurança energética ao aumentar a oferta de gás natural melhorando o abastecimento de energia.
Gás Natural já tem história no Brasil
O Complexo Parnaíba se configura como um dos maiores parques térmicos com geração de energia a partir do gás natural produzido em campos nas proximidades do parque industrial.
Nesse contexto, o Complexo Parnaíba, do Grupo Eneva, é responsável pelos projetos compostos por quatro usinas Parnaíba (unidades I a IV), além de mais dois projetos, a Parnaíba V e VI. O parque fica no Maranhão e tem 11% de capacidade de geração de energia térmica a gás para o Brasil.
Segurança energética
A importância de conhecer as fontes de energia que podem contribuir com a segurança energética brasileira — nesse caso, ressaltamos as fontes derivadas do gás natural — é o fato de afastar o risco da falta de energia.
Sabemos que o Brasil mantém a exploração com base em fontes limpas de energia, mas reduzir a dependência dessas fontes é também procurar um caminho de prevenção ambiental em prol da construção de um plano de segurança energética.
A energia é fonte para tudo! Sem ela, não existe produção. A indústria, os transportes e o setor de serviços ficariam todos paralisados. E as casas? No escuro!
Garantir oferta de energia, preços mais baixos e a diversidade de novas matrizes é primordial para crescer de forma sustentável, mas também para garantir crescimento econômico, oferecendo soluções de democratização de energia a todos.
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